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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Leia o Texto I para responder às questões de 1 a 8

Texto I
O novo ativista digital
O paulista Renan Fernandes, de 22 anos, é um observador atento da conjuntura política e social do país. Participa das discussões no centro acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde cursa o 5° ano. Ele dá aulas voluntariamente no cursinho pré-vestibular para estudantes carentes que funciona na faculdade. No dia 13 de junho, quando 5 mil manifestantes protestavam nas ruas do centro de São Paulo, ele era um deles. “Sou usuário do transporte público e queria ajudar a lutar por uma tarifa mais justa”, afirma Fernandes. Ele diz ter sido atingido por uma bala de borracha disparada pelos policiais, afirma que viu uma amiga ser ferida pelos projéteis e outra queimar as mãos, depois de ser atingida por uma bomba de gás lacrimogêneo. Revoltado, organizou um abaixo-assinado na internet para protestar contra a ação violenta da polícia. Em menos de uma hora, o texto ganhou quase 1.000 assinaturas. Hoje, está com quase 6 mil. Se chegar à marca dos 7.500, Fernandes promete entregar o documento ao governador do Estado, Geraldo Alckmin. Fernandes diz que, mesmo que os policiais não sejam punidos, o importante é protestar. “Quero espalhar informação e conscientizar as pessoas”, afirma. 
Os milhares de manifestantes que ganharam as ruas do Brasil nas últimas semanas são parecidos com Fernandes. São jovens que descobriram na internet uma ferramenta poderosa para lançar e organizar protestos: contra a má qualidade dos serviços públicos, contra a corrupção, contra a violência da polícia e, sobretudo, contra tudo o que eles consideram abaixo de suas elevadas expectativas em relação à situação econômica e social do Brasil.
 Os jovens se tornaram mais exigentes por dois motivos. Primeiro, porque aumentou o nível de escolaridade. Eles estão mais instruídos. Segundo dados do INEP, o Instituto de Pesquisas do Ministério da Educação, entre os jovens de 18 e 24 anos, aqueles que cursavam o nível superior passaram de 15%, em 2002, para 29,9%, em 2011. O segundo motivo é a crise econômica. O crescimento brasileiro, que chegou a ser de 7% ao ano, caiu para menos de 1% no ano passado, arrastando com ele a possibilidade de melhoria rápida no padrão de vida dos brasileiros, sobretudo os mais jovens. O país não conseguiu cumprir a expectativa de realização pessoal criada entre os jovens urbanos.
 Há dois anos, na Espanha, o movimento Indignados promoveu uma série de protestos contra as altas taxas de desemprego no país – e aproveitou para pedir o fim da corrupção e melhorias na educação, saúde, cultura. Reivindicações muito parecidas com as do movimento americano Occupy Wall Street. “As multidões têm hoje instrumentos para se organizar e se reunir quase instantaneamente, pelas redes sociais como o Twitter e o Facebook”, afirma o sociólogo espanhol Manuel Castells, “O novo espaço público, formado pela interseção do universo virtual com o local, gerou um contrapoder: pela primeira vez na história, as forças de mudança reúnem força e condições de encurralar o poder."
A força contestadora da juventude – no Brasil, na Turquia, nos Estados Unidos, na Espanha – é historicamente a força motriz de um processo de saudável renovação social. “Os jovens estão em busca de independência e esbarram nos limites da família, das instituições, da sociedade. É natural que tentem derrubá-los”, diz a educadora Ana Karina Brenner, pesquisadora do Observatório Jovem do Rio de Janeiro, da Universidade Federal Fluminense. No Brasil, organizaram-se clandestinamente e marcharam para derrubar a ditadura militar. Nos anos 1980, num mundo marcado pela competição entre capitalismo e socialismo, os sonhos da juventude se tornaram mais materialistas. Os jovens queriam exercer suas competências e ascender economicamente. Nos Estados Unidos, ficaram conhecidos como yuppies. No Brasil, queriam o direito de votar para presidente e mobilizaram a sociedade numa das maiores campanhas já realizadas no país, as Diretas Já.
De lá para cá, o país tem vivido um longo ciclo de normalização política e econômica, que coincidiu com o surgimento da internet. A rede chegou para mudar radicalmente a forma como vivemos e nos relacionamos. A geração surgida dessas novas circunstâncias parece acreditar ser possível lutar pelo bem comum sem abrir mão de suas ambições individuais. “Por ter crescido num ambiente de estabilidade política e econômica, esse jovem está imbuído de um espírito público de melhorias”, afirma Drica Guzzi, coordenadora de projetos da Escola do Futuro da USP.
Alfabetizados num mundo regido pela rapidez da internet, conectados globalmente, esses jovens mudaram a forma de fazer política e de engajar-se em causas sociais. Disseminam, pelo Twitter, dicas de como se portar numa passeata. “Eles têm ferramentas para se colocar como protagonistas e provocar microrrevoluções. Associadas, elas causam grandes mudanças.”
“Eles são regidos por uma nova maneira de pensar e agir, influenciada pela tecnologia”, afirma o publicitário Rony Rodrigues, presidente da Box 1824, empresa de pesquisa especializada em tendências de consumo e comportamento jovem. 
A facilidade para disseminar campanhas pelas redes sociais também é motivo de preocupação. Em meio a tantas informações e apelos, será que os jovens conseguem se aprofundar nas discussões? O perigo é acabar encampando causas sem entender os reais interesses por trás do movimento.
 Ainda é cedo para saber se esse vazio do engajamento digital prevalecerá. Um dos levantamentos mais extensos já feitos sobre o assunto sugere perspectivas otimistas. A equipe liderada pelo educador americano Joseph Kahne analisou a participação virtual e real de 3 mil jovens americanos entre 15 e 25 anos. Os resultados sugerem que, entre aqueles que participavam de alguma atividade política ou social nas redes sociais, 96% também tomavam parte em formas tradicionais de engajamento, vinculadas a instituições. “O ativismo digital é uma maneira complementar de trabalhar por mudanças”, diz Kahne.
(Marcela Buscato e Fillipe Mauro, com Júlia Korte, Luís Antônio Giron e Mariana Tessitore. Época. 31/07/2013. Adaptado)

01. De acordo com o Texto I, a identificação do leitor com a temática central acontece, fundamentalmente:
a) Com o descobrimento de um novo espaço público de manifestação, criado sob os princípios materialistas da juventude.
b) Pela aparição e tentativa de afirmação da primeira geração de nativos digitais brasileiros, regidos por uma nova maneira de pensar e agir.
c) Pela dificuldade para disseminar campanhas pelas redes sociais em meio a tantas informações e apelos.
d) Com a crescente qualidade dos serviços públicos e, sobretudo, pela interseção do universo analógico como uma maneira complementar de trabalhar por mudanças
e) Pelo curto ciclo de normalização política e digital, que coincidiu com o surgimento da internet, fazendo com que a geração proveniente dessas circunstâncias tivesse uma nova forma de agir. 

Com base no Texto I e na charge abaixo, responda à questão 2.

02. A charge acima apresenta um tema que se encontra no excerto:
a) “As multidões têm hoje instrumentos para se organizar e se reunir quase que, instantaneamente, pelas redes sociais como o Twitter e o Facebook, afirma o sociólogo espanhol Manuel Castells”.
b) “A rede chegou para mudar radicalmente a forma como vivemos e nos relacionamos. A geração surgida dessa nova circunstância parece acreditar ser possível lutar pelo bem comum”.
c) "Alfabetizados num mundo regido pela rapidez da internet, conectados globalmente, esses jovens mudaram a forma de fazer política e de engajar-se em causas sociais”.
d) “O novo espaço público, formado pela interseção do universo virtual com o local, gerou um contrapoder: pela primeira vez na história, as forças de mudança reúnem força e condições de encurralar o poder”.  
e) “Num mundo marcado pela competição entre o capitalismo e o socialismo, os sonhos da juventude se tornam cada vez mais materialistas. Os jovens querem exercer suas competências e ascender economicamente”.

03. Nos trechos: “[...] A geração surgida dessas novas circunstâncias parece acreditar ser possível lutar pelo bem comum sem abrir mão de suas ambições individuais”. “Por ter crescido num ambiente de estabilidade política e econômica, esse jovem está imbuído de um espírito público de melhorias”, o significado dos enunciados destacados, respectivamente, de acordo com o contexto discursivo em que são usados indica:
a) Vontade intensa // impregnado
b) Desejo veemente de alcançar algo // alheio
c) Adaptar-se a um ambiente // impossibilitado
d) Pretensões // revoltado
e) Dúvidas // entranhado

Observe o gráfico 01, relacionando-o com o Texto I, para responder à questão 4.
GRÁFICO 01: PESQUISAS COM AS PALAVRAS “MANIFESTAÇÃO”, “PROTESTO”, “VEM PRA RUA” E “DILMA ROUSSEFF”


04.     A relação da Temática do Texto I com a do Gráfico 1 acontece:
a)       Com o surgimento de um novo espaço público de manifestação, criado clandestinamente sob os princípios materialistas da juventude.
b)       Pelo índice elevado do chamado ativismo digital como uma ferramenta importante para desestabilizar os movimentos juvenis a partir da década de noventa (1990).
c)        Pela dificuldade para disseminar campanhas pelas redes sociais em meio a tantas informações e apelos, pois muitos jovens nem entendem os interesses reais por trás dos movimentos.
d)       Com a descoberta dos jovens por novos espaços públicos de manifestação que, formados pela interseção de várias ideologias, regem uma nova maneira de pensar e agir.
e)       Pelo curto ciclo de normalização política e digital, que coincidiu com o surgimento da internet, fazendo com que a geração proveniente dessas circunstâncias tivesse uma nova forma de agir.

Observe a charge abaixo, relacionando-a com Texto I para responder à questão 6.


05.     A coerência diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual vêm a construir, na mente dos interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos. A charge acima apresenta um tema que se encontra no excerto transcrito em: 
a)       "De lá para cá, o país tem vivido um pequeno ciclo de normalização política e econômica, que coincidiu com o surgimento da internet”.
b)       “A rede chegou para mudar radicalmente a forma como vivemos e nos relacionamos. A geração surgida dessa nova circunstância parece acreditar ser possível lutar pelo bem comum”.
c)        “Alfabetizados num mundo regido pela rapidez da internet, conectados globalmente, esses jovens mudaram a forma de fazer política e de engajar-se em causas sociais”.
d)       “As multidões têm hoje instrumentos para se organizar e se reunir instantaneamente”, igualmente quando marcharam para derrubar a ditadura militar.
e)       “Num mundo marcado pela competição entre o capitalismo e o socialismo, os sonhos da juventude se tornam cada vez mais materialistas. Os jovens querem exercer suas competências e ascender economicamente”.

06.     Dê o significado dos enunciados destacados nos períodos abaixo (respectivamente), de acordo com o contexto discursivo em que estão sendo usados. 
1-       “[...] A força contestadora da juventude – no Brasil, na Turquia, nos Estados Unidos, na Espanha – é historicamente a força motriz de um processo de saudável renovação social”.
2-       “[...] A facilidade para disseminar campanhas pelas redes sociais também é motivo de preocupação”.
a)       Que dá movimento // propagar(-se)
b)       Desencadeadora// ocorrer
c)        Inspiradora // combater
d)       Facilitadora // difundir(-se)
e)       Que dá modos // acontece

07.     erceiro parágrafo, os autores do Texto I referem-se ao crescimento brasileiro como [ele]. Esse mecanismo coesivo é chamado de referência. Logo, entende-se este conceito como um(a):
a)       preenchimento de sentido de um elemento a partir de outro elemento linguístico ou extralinguístico, chamado de referente.
b)       apagamento de palavra que pode ser recuperada pelo contexto. 
c)        efeito expressivo que caracteriza um desaparecimento total do sujeito da oração.
d)       repetição ou retomada de um referente por hipônimos, hiperônimos ou expressões de sentido equivalente.
e)       irregularidade discursiva que marca o encadeamento tópico do sujeito por sinônimos, substantivos, verbos e preposições.

08.     Com relação ao penúltimo parágrafo, o último expressa:
a)       Restrição                        d) Acréscimo
b)       Preocupação                  e) Contradição
c)        Explicação


domingo, 8 de dezembro de 2013

Exercício sobre Colocação Pronominal - Parte 1

01. Assinale a alternativa em que há um grave erro de colocação pronominal.
a) Não sei por que te hei de seguir os passos.
b) Os exames, traga-lhos agora mesmo.
c) Ela não se conteve.
d) Direi-lhe tudo o que sei.
e) O que se não deve dizer.

02. Marque a opção em que a colocação pronominal está correta:
a) Me conta tudo.
b) Não disse-lhe nada.
c) Diga-me toda a verdade.
d) Contarei-lhe a notícia agora.

03. Assinale a alternativa que completa os espaços corretamente na frase:
Quando __ necessário, __ relatado aquilo que __ dito.
a) Se fizer – lhe será – foi-me
b) Fizer-se – ser-lhe-á –me foi
c) Fizer-se – lhe será – me foi
d) Fizer-se – ser-lhe-á – foi-me
e) Se fizer – ser-lhe-á – me foi

04. A única alternativa que foge às possibilidades de colocação do pronome oblíquo átono é:
a) Não venham dizer-me que a morte oferece vantagens.
b) Não me venham dizer que a morte oferece vantagens.
c) Alguém tinha lembrado-me que a morte oferece vantagens.
d) Vieram-me dizer que a morte oferece vantagens.
e) Ter-me-iam lembrado que a morte ofereceu vantagens.

05. Marque a opção cuja colocação do pronome sublinhado obedece à norma culta:
a) As universidades já têm cursos especiais para alunos da terceira idade que se querem reciclar.
b) A diferença para as turmas convencionais é uma só: ninguém submete-se a provas e exames.
c) Os meninos nunca deram-se a oportunidade de cantar coisa mais elaborada.
d) Se pode correr 100 metros em cinco segundos quando se é um atleta.
e) Farão-se as garantias da pesquisa para que os resultados sejam bons.

06. Reescreva as frases, colocando na posição conveniente os pronomes oblíquos dos parênteses.
Eles jamais criticaram. (Te)


Definirão brevemente as novas medidas econômicas. (Se)


Encontrei amanhã com alguns amigos. (Me)


Você Conhece as pessoas com as quais encontrarei. (Me)

07. Substitua as expressões em destaque por uma forma pronominal.
Queríamos ver nossos amigos para matar a saudade.


Convidaram o professor para uma entrevista na escola.


Localizaram os fugitivos num sítio distante.


Vendemos nossos móveis usados por um preço irrisório. 


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